Eu já falei no primeiro post do blog que quando as primeiras revistas surgiram, no século 17, o mundo passava por grande mudanças. A Europa vivia a primeira grande expansão colonialista, e o intenso comércio mercantilista promovia a divulgação de novas ideias pelo mundo todo. A principal delas era o Iluminismo, com muitos escritores e filósofos defendendo o avanço da ciência e da liberdade de expressão contra a religião, no rastro do Renascimento surgido século anterior. As descobertas científicas se desenvolviam a todo o vapor em instituições como a Royal Society da Inglaterra e as Académie des Sciences e Académie des Inscriptions et Belles-Letres da França. A comunicação entre os cientistas era comum, através da troca de cartas em que contavam suas novas descobertas. Da necessidade de propagar estas ideias surgiu a primeira revista de divulgação científica: o Journal des Sçavans (A Revista dos Cientistas), cujo primeiro número foi publicado janeiro de 1965.
capa da primeira edição do Journal des Sçavans, publicada em 05 de janeiro de 1665
A publicação foi fundada por Denis de Sallo (1626-1669) sob o pseudônimo Le Sieur de Hedouville (o Senhor de Hedouville). A revista trazia resenhas de livros publicados na Europa; artigos de divulgação de experimentos em física, química e anatomia; dibulgação de novas invenções e acontecimentos 'dignos de curiosidade humana'. A revista também falava sobre assuntos não tão relacionados às ciências exatas e biológicas, como obituários de homens famosos; notícias da Igreja e notícias sobre decisões legais. E assim foi por 13 edições até 30 de março do mesmo ano, quando a publicação foi interrompida. Ela seria reeditada em janeiro do ano seguinte com a grafia modificada de Sçavans para Savants. A revista seguiria sob os cuidados de diversos editores até 1972, quando foi fechada no auge da Revolução Francesa. Mas ela já não era a única.
Até o fim do século 17, mais de 30 revistas científicas surgiram no rastro do Journal des Savants, e a maioria delas teve vida curta. Uma, porém, se sobressaiu: a Philosophical Transactions of The Royal Society (Transações Filosóficas da Sociedade Real) nasceu em 06 de março de 1665 e era publicada pela - é claro - Sociedade Real de Londres. Seu editor era o alemão Henry Oldenburg (1619-1677) , o primeiro-secretário da organização fundada seis anos antes. Ele mesmo arcava com os custos da impressão, mas obtinha algum lucro através de acordos com a sociedade. No entanto, a publicação teria um desempenho medíocre durante toda a vida de Oldberg, se recuperando mais tarde assim como a reedição do Journal des Savants. Ao contrário da antecessora francesa, a revista - popularmente conhecida como Phil Trans., dedicava-se apenas à divulgação de assuntos estritamente ligados às ciências exatas e naturais. Nela foi publicado o primeiro trabalho de Isaac Newton, A Nova Teoria Sobre Luz e das Cores, em 1672. Entre outros cientistas notáveis por colaborar com a revista estão James Clerk Maxwell, Michael Faraday e Charles Darwin, já no século 19.
O novo século também trouxe novidades aos franceses. Depois de um período de turbulências no país, o Journal des Savants voltaria a ser publicado regularmente em 1816, sob os cuidados da Académie des Inscriptions et Belles-Lettres do Institut de France. Assim como a Phil. Trans., a revista é publicada até hoje, mas com um pouco mais de ênfase na divulgação literária que na científica.
Até o fim do século 17, mais de 30 revistas científicas surgiram no rastro do Journal des Savants, e a maioria delas teve vida curta. Uma, porém, se sobressaiu: a Philosophical Transactions of The Royal Society (Transações Filosóficas da Sociedade Real) nasceu em 06 de março de 1665 e era publicada pela - é claro - Sociedade Real de Londres. Seu editor era o alemão Henry Oldenburg (1619-1677) , o primeiro-secretário da organização fundada seis anos antes. Ele mesmo arcava com os custos da impressão, mas obtinha algum lucro através de acordos com a sociedade. No entanto, a publicação teria um desempenho medíocre durante toda a vida de Oldberg, se recuperando mais tarde assim como a reedição do Journal des Savants. Ao contrário da antecessora francesa, a revista - popularmente conhecida como Phil Trans., dedicava-se apenas à divulgação de assuntos estritamente ligados às ciências exatas e naturais. Nela foi publicado o primeiro trabalho de Isaac Newton, A Nova Teoria Sobre Luz e das Cores, em 1672. Entre outros cientistas notáveis por colaborar com a revista estão James Clerk Maxwell, Michael Faraday e Charles Darwin, já no século 19.
O novo século também trouxe novidades aos franceses. Depois de um período de turbulências no país, o Journal des Savants voltaria a ser publicado regularmente em 1816, sob os cuidados da Académie des Inscriptions et Belles-Lettres do Institut de France. Assim como a Phil. Trans., a revista é publicada até hoje, mas com um pouco mais de ênfase na divulgação literária que na científica.
Para saber mais:
-Presente e Futuro do Periódico Científico - artigo publicado em 13 de julho de 1968 no Correio Braziliense. Acervo digitalizado da UniRio. (não descobri quem o escreveu, se alguém souber, por favor, me avise!)-History of Scholarly Societies - Journal des Sçavans - a história do Journal des Sçavans, pelo Schoolarly Societies Project. (em inglês)
-Artigo sobre o Philosophical Transactions no Museu da História da Ciência. (em inglês)
Sites interessantes:
-Journal des Savants - site oficial da revista, mantém uma lista atualizada das últimas edições da revista, agora semestral. (em francês)
-Royal Society de Londres - mantém todas as publicações mantidas pela organização, além de notícias, artigos e imagens de assuntos relacionados à ciência (ótimo para quem se interessa por jornalismo científico)
-Scholarly Societies. Org - projeto que cataloga as publicações científicas do mundo todo. (em inglês)